O pensamento e as práticas do urbanismo e do planejamento urbano

O texto aborda o pensamento e as práticas do urbanismo e do planejamento urbano em Minas Gerais, no período entre os anos 1950 e 1970, com as repercussões do golpe militar, em 1964, no que foi proposto para as cidades, bem como na atuação dos profissionais. Enfatizamos aqui, como tais procedimentos foram irradiados para o interior, através do que se fazia em Belo Horizonte, a moderna Capital do Estado que, neste período, teve os seus problemas urbanos multiplicados. O apelo aos profissionais vinculados aos campos disciplinares da arquitetura e da engenharia foi recorrente, por parte dos governos, com a progressiva institucionalização das ações de planejamento. Os profissionais atuantes, em sua grande maioria, tiveram a formação propiciada pela Escola de Arquitetura, da então Universidade de Minas Gerais, além da presença de profissionais diplomados no curso de Engenharia Sanitária, da Escola de Engenharia, e também outros técnicos externos a este âmbito local. Em 1950, a criação do curso de Urbanismo, na Escola de Arquitetura, criou a possibilidade de uma maior especialização neste campo temático. Atreladas à criação do curso, tivemos a produção de textos e a difusão das idéias relacionadas ao urbanismo e ao planejamento urbano, o que permitiu uma maior fundamentação teórica para os técnicos. A trajetória destes profissionais revelou uma atuação intensa, com vínculos estabelecidos em termos acadêmicos e na administração pública, além do exercício profissional, na esfera privada, através de escritórios de engenharia e arquitetura. Como ponto de inflexão, na metade do período estudado, em 1964, o desfecho do golpe militar, que consolidou a restrição das liberdades, já em vigor no país, desde o início dos anos 1960, tendo interferido, diretamente, no cotidiano profissional e acadêmico. Também em 1964, tivemos a publicação da Carta de Atenas, pelo Diretório Acadêmico da Escola de Arquitetura, nesta conjuntura de repressão imposta a alguns profissionais, dentre estes engenheiros e arquitetos, com uma visão progressista, bem como aos outros intelectuais e profissionais, considerados subversivos pela ditadura militar. O texto foi escrito com o apoio da CAPES, CNPQ e FAPEMIG.

PALAVRAS CHAVE: Urbanismo; Planejamento Urbano; Minas Gerais

In: LEME, Maria Cristina da Silva. (org.) Urbanismo e Política no Brasil dos anos 1960. São Paulo: Annablume, 2019, p. 359-395.

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