Bom Retiro. Bairro de estrangeiros, bairro central (1928-1945). FELDMAN, S. Bom Retiro. Bairro de estrangeiros, bairro central ( 1928-1945). In: Lanna, A.L.D.; Lira, J.T.; Peixoto, F. A.; Sampaio, M.R.A. (Org.). São Paulo. Os estrangeiros e a construção das cidades. São Paulo: Alameda Editorial, 2011, p. 39-62. Resumo O texto aborda as singularidades do Bom Retiro, como bairro ocupado desde o final do século XIX por sucessivos grupos de estrangeiros, onde a identidade étnica seletiva ocorre em função do universo de trabalho que se constrói em seu território. De 1929 a 1945, o bairro se especializa e se consolida como um centro de indústria e comércio de roupas feitas, e nesse processo os judeus são protagonistas. Embora negócios por conta própria dos mais variados ramos estivessem massivamente presentes no bairro, e estabelecimentos de confecção de judeus estivessem em outros bairros da cidade, ocorre no Bom Retiro um processo singular e diferenciado. A organização da base material compreendendo todos os elementos da cadeia de produção e vendas, num território delimitado e fortemente concentrado em um grupo de estrangeiros – é o que lhe confere uma identidade. A completude da cadeia de indústria e comércio de confecções instalada permite que esta identidade seletiva seja, também, mutante. É ela que permite que o bairro passe, algumas décadas mais tarde, de bairro “dos judeus“ou “dos israelitas”, a ser identificado como bairro “dos coreanos”, independente destes grupos constituírem ou não o maior contingente de sua população. PALAVRAS – CHAVE: Bom Retiro, Bairro central, Confecções, Pequenos negócios, Estrangeiros O texto e o livro são fruto do Projeto Temático FAPESP: São Paulo. os estrangeiros e a construção da cidade – Coordenado pela Profa. Ana Lucia Duarte Lanna, que reuniu pesquisadores da FAUUSP; IAUUSP, FFLCH-USP, Museu Paulista-USP, 2007-2011.