As Comissões de Planos da Era Vargas

Urbanismo na Era Vargas: a transformação das cidades brasileiras

FELDMAN, S. As Comissões de Planos da Era Vargas. In: Vera Rezende. (Org.). Urbanismo na Era Vargas: a transformação das cidades brasileiras. Niterói: Editora da Universidade Federal Fluminense, p. 21-44, 2012.

Resumo

O texto aborda as Comissões de Planos criadas na Era Vargas do ponto de vista de sua organização, de seus vínculos com as comissões de plano americanas e do papel que desempenham na reconstrução das práticas urbanísticas, a partir da década de 1930.  Constituíram experiência inédita no campo do urbanismo no Brasil de um debate sobre urbanismo que ocorre simultaneamente em várias capitais do país, envolvendo técnicos das várias esferas de governo, e representantes de setores organizados da sociedade. Embora tenham seguido o modelo americano, a forma pela qual as Comissões de Planos se realizam no Brasil resulta do amálgama entre fatores internacionais e locais. Ainda que tenham se realizado dentro dos limites impostos pelo decreto que instituiu os conselhos consultivos e pela submissão jurídico-institucional dos prefeitos aos Interventores nos governos estaduais , sua proliferação, o apoio que receberam dos prefeitos e o vínculo com o municipalismo conferem às Comissões o caráter de espaços de legitimação do urbanismo, de adequação de práticas à realidade urbano–industrial, assim como de fortalecimento  do município É principalmente nos vínculos que   estabelecem com a administração municipal, que a experiência brasileira de comissões de planos se distancia da experiência americana.

PALAVRAS – CHAVE: Comissões de Plano; Brasil, Era Vargas; Estados Unidos, Municipalismo, Anhaia Mello.

O texto é fruto de pesquisas desenvolvidas com financiamento do CNPq: Bolsa Produtividade, Edital Universal, Edital Ciências Sociais

O Serviço Federal de Habitação e Urbanismo (Serfhau) e a reconfiguração do campo profissional do urbanista.

FELDMAN, S. O Serviço Federal de Habitação e Urbanismo (Serfhau) e a reconfiguração do campo profissional do urbanista. In: LEME, M.C. (Org.). Urbanismo e política no Brasil dos anos 1960. São Paulo: Annablume, 2019, p. 99-128.

Resumo

O SERFHAU é abordado como parte do processo de construção da associação entre habitação e urbanismo, que se sustenta na interpretação do problema da moradia como inerente ao padrão de urbanização. Esta formulação subsistiu inconteste às oscilações da conjuntura política que marcaram de forma profunda o século XX no Brasil: o governo provisório de Getúlio Vargas em 1930 e a ditadura durante o Estado Novo (1937-1945); o período democrático de 1946 a 1964, e a ditadura civil-militar até 1985. Na perspectiva das instituições como parte o jogo social, como espaços de embates, o estudo do repertório construído no âmbito de uma “trama latino-americana”, nos cerca de vinte anos de democracia; das formas pelas quais se acomodou e/ou se transformou entre 1964 e 1975; da persistente participação de gerações de urbanistas, revela-se a reconfiguração do campo de atuação profissional do urbanista. Subproduto do divórcio entre habitação e urbanismo, a partir d criação do BNH, as mudanças efetivadas na formação e atuação dos urbanistas expõem embates entre diferentes concepções e interesses que estão no cerne da criação do SERFHAU.

PALAVRAS – CHAVE: Serfhau, BNH, OEA, Francis Violich, Rubens Mattos Pereira, Harry James Cole, Engenharia consultiva, Coppe.

O texto é fruto de pesquisas desenvolvidas com financiamento do CNPq: Bolsa Produtividade, Edital Universal, Edital Ciências Sociais.

SÃO PAULO Miradas Cruzadas: Sociedad, política y cultura.

LEME, M. C.; FELDMAN, S. Extrangeros y la ciudad de São Paulo: Procesos urbanos i escalas de actuación. In: Kowarick, Lucio; Marques, Eduardo. (Org.). SÃO PAULO Miradas Cruzadas: Sociedad, política y cultura. Quito: OLACCHI, 2011, v. 01, p. 315-344.

Resumo

Desde la perspectiva de comprender la ciudad más allá de las dualidades centro/periferia y barrios obreros/barrios burgueses, el texto aborda procesos urbanos definidos por diferentes escalas de relaciones que se establecen entre los extranjeros y el espacio urbano de São Paulo. Por un lado, se analizan las relaciones entre las empresas extranjeras y las grandes obras públicas -de infraestructura vial y de transportes. Desde finales del siglo XIX tienen papel destacado en la producción de la ciudad los extranjeros asociados   al empresário nacional   que se articulan al capital financiero; las empresas de servicios urbanos y las atividades ligadas al   café , a la  industria y a la promoción  inmobiliaria. Por otro lado, se analizan los barrios que forman parte del proceso de urbanización del “cinturón agrícola” donde, desde finales del siglo XIX, se estabelecen  extranjeros que tienen la ciudad como destino  primero y preferencial. Centrándose en el barrio de Bom Retiro, se destacan las estrategias, instituciones y oportunidades que ofrece el contexto económico, que hacen posible su inserción   en São Paulo.

PALAVRAS – CHAVE: São Paulo, Empresas extrangeras, Infraestructura vial y de transporte; barrios; Bom Retiro, Instituciones; Pequenõs negócios por cuenta propria.